Salve Ink Brothers!
Todas as semanas recebo e-mail de gente querendo se aventurar por esse universo louco denominado Desenho de Humor. Junto aos e-mails, recebo alguns trabalhos que pedem para que eu faça considerações sobre os mesmos e dê algumas dicas.
Há algumas postagens, publiquei aqui que, meu início como ilustrador profissional aconteceu em 1993, mas que, "desde 1982" eu pesquisava sobre charges, cartuns, caricaturas, salões e desenho de humor.
Analisava estilos de distorção, técnicas, resoluções de imagem, história da arte, história do desenho de humor... Por inúmeras vezes, estive na A.B.I. e na Biblioteca Nacional com o intuito de pesquisar os microfilmes e clipping de jornais, como o PASQUIM e tantos outros, que pudessem me acrescentar informações sobre o assunto que eu iria me profissionalizar posteriormente.
Além das visitas às bibliotecas, procurava ir às exposições e salões em busca de referências visuais.
Quando decidi começar, procurei o Mestre Zé Graúna e fiz vários cursos para aprimoramento técnico. No ano seguinte, já estava trabalhando no Jornal O Dia - o jornal de maior circulação nàquele ano - e conquistando premiações.
Hoje, mesmo com a infinidade de possibilidades de informações, percebo que, muitos dos que fazem contato comigo - avaliando seus discursos de abordagem - estão interessados apenas em publicar em um grande jornal ou uma grande editora e ganhar salões. O que acho lamentável...
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Para qualquer desenvolvimento que nos comprometemos, independente de qual seja, primeiro nos capacitamos, buscamos embasamento teórico através de estudos e referenciais, embasamento técnico através de laboratórios e experiências com diversos materiais e propostas e por fim, quando nos sentimos capacitados, nos colocamos à disposição de concursos e possibilidades profissionais.
Quando estas etapas não são observadas, observamos situações como:
_ Profissionais ilustradores limitados tecnicamente
_ Profissionais empregados em jornais ou editoras que não sabem sequer utilizar expressão facial e corporal em suas personagens. Geralmente utilizam o mesmo calunga (bonequinho), como se estivesse petrificado.
_ Concorrem em salões com trabalhos em categorias erradas, por desconhecerem a linguagem.
_ "Deformam" as futuras gerações através de trabalhos medíocres
_ Concorrem em salões com trabalhos elaborados por padrinhos
Dentre outras coisas... que muitos fingem não existir, mas existem.
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Sugiro àqueles que queiram entrar nesse universo do desenho de humor, que começem com cautela. Pesquisem, aprimorem técnicas, estudem sobre o assunto e à medida que conseguirem resultados satisfatórios, as oportunidades vão acontecendo.
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Dia desses, um camarada me mandou uns trabalhos (com muitas deficiências) em cores e eu pedi para ver alguns trabalhos em grafite. Quando ele me mandou os trabalhos em grafite... Muito ruim. Eu então disse para ele:_ Você não tem domínio com o grafite e já quer trabalhar cor? E nunca mais ele entrou em contato.
Quem gosta de desenhar sabe que é muito prazeroso estudar as técnicas, curtir materiais, a gramatura dos papéis, a dureza de cada bastão de grafite e os resultados que conseguimos.
Depois, as técnicas de nanquim, que são inúmeras, tanto para traço quanto para a introdução à aquarela.
O domínio da técnica de nanquim, abrirá um leque para o desenvolvimento posterior com o ecoline e outras técnicas aquareláveis em monocromia. Mas tudo aos seu tempo!
A queima de etapas, promove o surgimento de profissionais medíocres.
Assim, sugiro àqueles que realmente querem começar, que promovam sua capacitação, antes de buscarem notoriedade ou dinheiro.
Abraços
5 comentários:
Brilhante postagem Mattias. Sabe o que é engraçado? neste exato momento (13-08-2010 15:19h) Eu estava lendo o livro "Desenhando com o lado direito do cérebro da autora Betty Edwards quando dei uma parada para ver o meu leitor de feeds e me deparei com isso aqui.
Concordo e muito com o que vc acabou de escrever e acredito que para ser um um artista (ou qualquer coisa)devemos nos aprofundar cada vez mais no tema. Eu, por exemplo, ainda tenho muito que evoluir, então estou tentando aprender o máximo que posso. Como? praticando, observando, lendo, trocando ideias, enfim, tudo com que eu possa alimentar a minha arte.
Mais uma vez belo post.
Obs: desculpa pelo comentário grande, mas tinha que dizer.
Grande abraço
Salve Enderson!
Pois é... Sempre que realmente gostamos de algo, buscaremos o máximo de informações sobre àquilo. E sempre haverão inúmeras informações sobre o assunto para que possamos ter "afinidades" com ele.
Conheço teus trabalhos e acompanho-o assim como faço com os trabalhos do Mônico, Carriero, Fabricio Pontes, Henrique e tantos outros que, me encantam ver a evolução e a forma bacana de vocês se respaldarems, buscarem mais... E o que acontece? Vocês conseguem dar saltos à frente de muitos companheiros que começaram junto comigo e preferiram a estabilidade em uma editora ou por conseguirem se prostituir com trabalhos medíocres.
Sou fã de vocês e torço muito que essa evolução não pare e que vocês tenham sempre esta necessidade de saber mais e se capacitarem de maneira íntegra. Evoluindo tecnicamente e intelectualmente.
Não te preocupes em relação às tuas postagens... aqui não existe limites de laudas. Estou à disposição, sempre.
Abraço grande, parabéns e obrigado pelo carinho e pelo privilégio que você me dá, visitando o blog e contribuindo com o meu crescimento e de muitos outros, através das tuas opiniões.
Valeu!
Verdade, cara! Esta história não é nova, ou o mercado não teria a carência de profissionais competentes ao mesmo tempo que não procura reciclar seu meio, como acontece nos dias de hoje.
Verdade, cara! Esta história não é nova, ou o mercado não teria a carência de profissionais competentes ao mesmo tempo que não procura reciclar seu meio, como acontece nos dias de hoje.
Verdade, ou o mercado não teria a carência de profissionais qualificados, onde os mesmos só conseguem manter suas posições devido ao famoso apadrinhamento do meio artístico que todos estão carecas de saber.
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